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terça-feira, 15 de março de 2011

Casamento


Dia 19 de março é o dia do casamento dos meus amigos Bianca e André.
Mesmo com o "save the date" de um ano atrás, devido a uma viagem em família eu não vou estar presente.
Não fisicamente.
Não vou ver a noiva LINDA entrando pela nave da igreja.
Não vou poder ver os seu lindos olhos verdes brilhando com o peso das lágrimas de emoção e alegria que vão teimar em cair.
Não vou poder ver amor refletido no rosto de André.
Não vou ver o sorriso de Diana e de Pedro, que muito recentemente, estiveram naquele mesmo lugar.
Não vou poder ver as outras madrinhas e amigas, lindas e radiantes.
Não vou brindar com Alexandra, o casório dessa nossa amiga tão querida.
Não vou concorrer ao buquê (mas disso eu nem tenho inveja, porque eu já ganhei um só pra mim).
Não vou cantar e dançar até a festa acabar e os pés ficarem dormentes.
Não vou abraçar e beijar a noiva, nem tratá-la como uma "celebridade" (coisa que ela não quer).
Não vou desejar felicidades aos recém casados.
Não vou comer os docinhos.
O bolo.
Nem levar pra casa o(s) bem casado(s) - quem leva só um? Rsrs.

Não vou sair nas fotos. :(

Mas de alguma forma eu vou estar lá.
Na barra do vestido eu estou! :)

E vou estar de todo o meu coração.
Desejando que a vida seja mais que generosa com eles. Que os trate bem.
Pedindo que Deus os abençoe.

E para aqueles que acham que o amor, nem sempre é suficiente.
Eu, que estou há algum tempo sem ele, afirmo que O AMOR É TUDO.
E ver o amor acontecer. E ver a celebração desse amor nos faz feliz. Nos dá esperança. De que talvez, algum dia, seja a nossa vez.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Eu queria ser poeta...


Eu queria ser poeta.
Falar dos meus sentimentos em verso e prosa.
Fazer rir, chorar, emocionar...
Talvez assim as pessoas me vissem como eu sou.
Talvez pudessem me ver por dentro.
Todas as minhas qualidades e todos os meus defeitos.
Eu.
Toda!
E talvez, ainda assim, e apesar de mim, pudessem me amar.

Se eu fosse poeta, eu gostaria de ter escrito isso:

"Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!"

Clarice Lispector.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

"True love never dies."


Esses dias eu assiti (mais uma vez) o filme “Divã”.
Adoro esse filme!
Tenho muitos dos diálogos guardados na memória e em lembretes para nunca esquecer.
Um dos meus preferidos é o da “Mercedes” com o “Gustavo”, já no final do filme.
Ela diz a ele que é preciso falar o fundamental. E que o fundamental, normalmente, a gente nunca fala.
Como dizer para uma amiga, o quanto ela é querida e especial.
Ou para os nossos pais, o quanto os amamos e somos gratos por tudo.
O fundamental que a “Mercedes” tem a dizer para o “Gustavo” é obrigada.
E ele, surpreso, pergunta: Obrigada por quê? Eu nunca te dei nada!
No que ela imediatamente replica: Me deu sim. Você me deu tudo. Você me amou, você me achou bonita, você quis casar comigo, quis ter filhos comigo. Você quis dividir tudo comigo.
Ela termina dizendo: Sabe, aquele casal que a gente foi nunca vai deixar de existir.

Hoje eu revi um episódio de uma das minhas séries favoritas: Ally McBeal. Ally é uma advogada, solteira, um tanto confusa, meio louquinha, que conheceu o amor de sua vida quando tinha 8 anos. O romance terminou na faculdade de direito.
Quando ela reencontra esse amor, ele está casado com outra e todos acabam trabalhando juntos na mesma firma de advocacia: Cage & Fish. E eles percebem que ainda se amam.
Então surge a questão. Por que, então, não ficaram juntos? Ele diz que não podia acreditar que tinha encontrado o amor da vida dele aos 8 anos. Ora, qual a chance de isso acontecer, certo?
Claro que tudo é muito mais complicado do que parece, mas o fato é que eles se amavam aos 8 anos de idade. E ainda se amavam aos 30.

Eu também, uma vez, fui amada. E amei. De verdade.
Eu era jovem (começamos quando eu tinha 13 anos), mas eu sei que ele queria tudo comigo.
Foi tão perfeito, mas tão perfeito, que como paradigma da minha vida amorosa, talvez nunca me tenha permitido aceitar ou me conformar com o pouco que depois dele me foi oferecido.
As pessoas dizem que eu sou exigente.
Como eu poderia não ser?
Eu tive tudo. Cedo demais talvez, mas tive.
E o casal que nós fomos nunca vai deixar de existir.
Comprei uma blusa pra ele neste natal.
A blusa traz escrito: “First Love never dies”.
No meu caso é a mais pura verdade.
A menina que eu fui vai ser sempre apaixonada por ele. A mulher que eu sou vai amá-lo para sempre.
O fato dele não existir mais neste mundo é só um detalhe.
Que talvez torne tudo mais romântico.
A minha Quimera.
Talvez se ele tivesse vivido o cristal teria se quebrado com a força da realidade. E do tempo.
Mas não foi assim que aconteceu.
E eu tenho sentido muitas saudades dele.
O meu paradigma. Perfeito. Eterno. Imortal.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Autoajuda


Parafraseando Nietzsche: “odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia”.

Hoje fui ao shopping comprar o presente para uma amiga. E, claro, bati o ponto na Saraiva. Resisti à velha compulsão de sair de lá com duas sacolas de livros e acabei não comprando nada pra mim (snif, snif).

Como eu estava acompanhada (de outra amiga que também estava atrás de um presente) acabei numa estante de livros autoajuda. Bom, nada contra, mas não tenho o costume de ler livros do gênero (tá, eu li “O Segredo”. E a “Lei da Atração”, que ensinava como botar o tal segredo em prática. Bom, nem preciso dizer que não deu certo, “neam”?).

Só que a curiosidade matou o gato, lá fui eu dar uma fuçada nos tais livros. Como boa “mulherzinha”, bem “Amélia” que eu sou (só finjo que não) não demorou e lá estava eu naquela seção dos livros sobre como conquistar, enlouquecer, casar, segurar (entre outras dúzias de verbos afins) um homem.

Peguei um, peguei outro. Li aqui, li ali e cheguei a uma rápida e brilhante conclusão: eu não sei como tem tanta mulher sozinha no mundo. Sim, porque os segredos estão todos lá, revelados. Basta comprar UM daqueles livros e pronto.

Você que sabe cozinhar, bordar, lavar e passar e ainda toca piano, é financeiramente independente, bonita, inteligente, mas não se sabe lá porque está solteirinha da silva, como assim que você ainda não comprou o seu livro de auto ajuda que ensina a ter um homem pra chamar de seu?

Parece fácil, mas cuidado!

Não compre mais de um livro.

Sim, porque se você se arriscar a comprar mais de um, você pode ficar (como eu) mais perdida que agulha num palheiro. E se comprar vários, minha querida, você vai sentar e chorar. Sério, a missão vai ser impossível.

Para vocês terem uma idéia - sobre o assunto “sexo” -, um deles (esse ensina a pensar como os homens) diz que nas primeiras vezes a mulher tem que fingir ter pouca experiência e fazer aos poucos o homem acreditar que “ele” despertou a deusa do sexo que existe (?) dentro dela. E mais, se a tal mulher tiver tido mais que 5 amantes na vida (não importa se ela tem 20 ou 60 anos) tem que negar até a morte. Segundo o autor, 5 é o número máximo de amantes que um homem pode suportar em uma mulher. Não, ele não explica o porquê. É 5 e pronto. Não, eu não me lembro se o autor era homem ou mulher.

Já em outro livro (que diz que os homens gostam de mulheres poderosas) o autor garante que a mulher tem que ser segura de sua sexualidade e sincera quanto aos seus desejos. Não deve fingir, nem abrir mão de quem é, nem do que quer, por nada, nem ninguém. Esse não fala nada sobre o número de amantes que uma mulher pode ter tido sem ser considerada rodada demais para qualquer relação além cama (mas a gente já nasceu sabendo que depois do primeiro TODOS os demais são o segundo. Óbvio! Kkkkkkkkkkkkkk!). Não, eu não vi se o autor era homem ou mulher.

Se você acha pouco, e a sua cabeça ainda não deu um nó, tem um terceiro que jura que o segredo é simples: os homens gostam de mulheres que gostam de si mesmas. Ou seja, vocês mulheres lindas, ricas, poderosas, prendadas e solteiras vão todas imediatamente para a terapia porque VOCÊS SE ODEIAM! Putz. Ah, e só pra constar: de novo, não faço idéia se o autor era um homem ou uma mulher, embora escrevendo aqui, agora, eu esteja com a leve impressão de que essa informação era importante.

Sério, gente, eu não dou conta. Vou continuar passando longe dessas prateleiras de autoajuda e vou continuar com meus amados romances.

E se você, como eu, nesse exato momento, está desejando com todo o fervor de sua alma que a mentecapta que resolveu promover a revolução feminina esteja ardendo no mármore do inferno.

E se, como eu, vai dormir sozinha nesse friozinho chato que está fazendo em Vitória em plena segunda quinzena de novembro (Hello!!! São Predo. Meu cabelo não tá dando conta de tanta umidade, meu filho!), um brinde a Erasmo Carlos e a sua imensa sabedoria: “filosofia, poesia é o que dizia a minha avó, mal acompanha do que só”.

E Nietzsche? Bom, ele que me desculpe, mas nesse assunto eu fico mesmo com o Erasmo.

P.S.: Eu também li “A Cabana”. Ele é de autoajuda? Vixi, acabei de me lembrar de outros dois que são com certeza “Quem mexeu no meu queijo” e “O monge e o Executivo”. Sabem que eu até gostei deles. Affffffffffffffff. Preciso ler um bom romance, tipo assim, NOW! ;)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

I Can’t See You, But I Know You’re There


É assim pra mim.
Algumas pessoas eu já conheço.
Fazem parte da minha vida.
Como meus pais, meus irmãos, meus amigos.
Mesmo que eu não os esteja vendo eu sei que eles estão por aí.
Outras eu jamais vi na vida.
Mas de alguma forma eu sei que vou encontar um dia.
Numa esquina, no banco de uma praça, numa sorveteria.
Cedo ou tarde.
Cedo se eu tiver sorte.
Mas que eu vou encontrar eu vou.
Porque a vida é assim.
Feita de encontros.
Alguns são pra toda vida, já vem no DNA da gente.
Outros são breves como a brisa da Primavera.
E um desses encontros, de repente, quem sabe, muda a nossa vida?
"O amor não se procura.
É destino.
Se encontra."
I can’t see you, but I know you’re there.
I can wait.
Until the next Spring, at least.

E já que eu falei em Primavera...

"Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada, que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder... para me encontrar...." (FLORBELA ESPANCA)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Eu passarinho!!!


Momentos difíceis.
Repeti hoje para um amigo a famosa frase de Mario Quintana: "Todos estes que aí estão
atravancando o meu caminho, eles passarão. Eu passarinho!"
Algumas vezes o momento não é bom.
Ou não é tão bom quanto gostaríamos que fosse.
Ou quanto poderia ser.
As pedras estão aí, por todo o caminho.
Não dá pra não topar com uma de vez em quando.
E os buracos... quem já não caiu em um?
Vocês sabiam que o homem é o único animal que cai duas vezes no mesmo buraco?
É pra se pensar.
O importante é não se deixar abater.
Não perder a felicidade nem o prazer.
Mas se isso acontecer, aconselho alguns bons amigos.
Ou uma caminha quente pra chorar (chorar pode, desde que não seja num sábado à noite).
E depois é esperar o momento seguinte.
Quem sabe não é aquele por que tanto esperamos?

domingo, 25 de julho de 2010

Feliz Dia do Amigo


Ter amigos é fundamental. Eu tenho alguns. E bons.

Também é fundamental deixá-los ir se chegar a hora. Por que amigos verdadeiros nunca se vão de verdade. No coração estarão sempre perto.

Então pra todos os meus amigos, os que estão longe e os que estão perto, eu dedico esse poema do grande Fernando Pessoa, desejando o melhor da vida. Vocês estão no meu coração.

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.

Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.

Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos.

Quero-os metade infância e outra metade velhice.

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril
"